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Archive for the ‘América Latina’ Category

Um chamado para bombardear “selvagens” com napalm ganha prêmio de racismo

A organização de direitos humanos Survival International outorgou o prêmio ao artigo mais racista publicado em um meio de comunicação prioritário no ano passado a uma noticia que insinua que os indígenas peruanos deveriam ser bombardeados com napalm.

O artigo, que foi publicado no jornal nacional El Correo, se refere aos indígenas como pessoas “selvagens”, “paleolíticas” e “primitivas”; diz que suas línguas não têm mais do que oitenta vocábulos e declara que, nos protestos vividos recentemente em grande parte da Amazônia peruana, os indígenas foram manipulados pelo “excremento comunista”.

“Para aqueles que ainda consideram estas `etnias’ como grupos humanos de pessoas `boas’, `ingênuas’ e `cândidas’, lhes recordo que foram estas as que aperfeiçoaram a arte de reduzir as cabeças de seus inimigos e levá-las nos cintos de pele que seguravam seus tapa-sexo (…) Em todo caso, se os `nativos’ não fizeram o mesmo com os 25 policiais que assassinaram e comeram seus restos, foi somente por falta de tempo.”

O artigo também ataca três congressistas indígenas, ridicularizando seus nomes e referindo-se a eles como “três vedetes do esgoto parlamentar”. Sua resposta ao protesto indígena contra a exploração de seus recursos naturais em sua terra é: “Vão todos à m…!”. A penúltima frase é: “Não sei o que espera Alan [García, Presidente do Peru] que não aciona a sua FAP [Força Aérea Peruana] com todo o napalm necessário.

O prêmio ao “artigo mais racista do ano” é parte da campanha de Survival “Racismo na Mídia”, que tem como objetivo questionar as descrições racistas de povos indígenas nos meios de comunicação de todo o mundo. O ganhador recebe um certificado inscrito com uma citação do autor lakota sioux Luther Standing Bear (Urso de Pé): “Tantos anos chamando o indígena de selvagem não o converteram em um”.

“Racismo na Mídia” conta com o apoio de importantes jornalistas, tais como Lorenzo Milá, Rosa Montero, Carmen Sarmiento, Rosa María Calaf, John Simpson, correspondente de assuntos internacionais da BBC, George Monbiot, John Vidal e os autores de best-sellers Tim Butcher e Simon Garfield.

Fontes internas de Survival expressaram hoje: “Este artigo é uma leitura deprimente para quem pensa que os periódicos deveriam educar e informar os seus leitores. Esperamos que a publicidade que este prêmio receberá faça com que o jornal pense duas vezes antes de publicar tal lixo ofensivo de novo”.

Leia esta notícia online: http://www.survival.es/noticias/4901

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Brasília, 09/07/2009 – Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. Venho aqui relatar a dramática situação em que se encontram os que professam a Fé Baháí no Irã. Como é do conhecimento dos nobres colegas, sete membros da liderança baháí, conhecidos como amigos do Irã, grupo responsável por atividades comunitárias no país, estão presos no Teerã há mais de um ano.

O julgamento está marcado para o próximo dia 11 de julho com as acusações de espionar para Israel, insultar santidades religiosas, fazer propaganda contra a República Islâmica e espalhar corrupção na terra. Como esses crimes são punidos com a morte e está claro que são acusações infundadas, a Anistia Internacional lançou uma Ação Urgente conclamando seus associados a enviarem e-mails para o governo iraniano solicitando a libertação desses líderes.

Em meio às turbulentas manifestações relacionadas com os resultados das eleições presidenciais iranianas, o mundo pôde observar o grau de violência dos ataques de forças paramilitares contra civis, realizadas com o aval explícito do Líder Supremo, com a qual são reprimidas quaisquer manifestações contra o status quo vigente. No caso dos baháís, uma minoria religiosa pacífica, a única razão para a opressão é a intolerância religiosa.

O governo iraniano levou mais de 8 meses para apresentar contra esses indivíduos, acusações de terem cometido qualquer crime, período este durante o qual nenhuma evidência contra eles foi levantada. As acusações são, portanto, politicamente motivadas. Por isso, há uma grande preocupação diante da possibilidade de as autoridades iranianas agora utilizarem os sete baháís como bodes expiatórios para demonstrar à população o seu poder.

A Fé Baháí no Irã conta com cerca de 300 mil seguidores, o que a torna a maior minoria religiosa não-mulçumana no país. Há hoje pelo menos 40 baháís em detenção por todo o Irã. Somente no mês de abril foram relatadas prisões em seis cidades.

A continuada perseguição à comunidade baháí no Irã degrada todas as pessoas daquele país. A detenção arbitrária e o alvejamento de membros de uma única comunidade não devem ser tolerados em nenhum país, incluindo o Irã.

A União Européia declarou expressamente em nome de seus 27 membros, no último dia 25, sua preocupação sobre a crescente violação da liberdade religiosa no Irã, dedicando um parágrafo da declaração à situação dos baháís e seus líderes religiosos que permanecem presos há mais de um ano. Austrália e outros países também vêm expressando sua preocupação. O Brasil ainda não o fez.
O país que se omite diante dessas barbaridades não só deixa de pleitear pela vida dessas pessoas, como também está sinalizando ao mundo que os signatários da Declaração Universal dos Direitos Humanos podem desrespeitar suas cláusulas sem qualquer tipo de impedimento ou punição.

Solicito que este pronunciamento seja amplamente divulgado nos meios de comunicação desta Casa e que seja também encaminhado ao Presidente Lula e ao Ministro Celso Amorim.

Era o que tinha a Dizer.

 Sr. Luiz Couto (Deputado Federal, PT – PB)

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal

 

Fonte: Secretaria Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo no Comunidade Bahá’í do Brasil em 7/09/2009

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Confrontos entre policiais e manifestantes indígenas em diversas cidades do Peru deixaram, nestes últimos dias, um amplo saldo de mortos entre os indígenas. Os protestos indígenas são contra uma série de decretos do governo que, de acordo com os movimentos sociais, privilegiam a privatização dos recursos naturais (como a água, a biodiversidade e as terras). Um desses decretos, o de número 1090, delegava ao Ministério da Agricultura o poder de autorizar a devastação, em até 60%, de bosques para operações de petroleiras, mineradoras e indústrias, o que foi posteriormente declarado inconstitucional, pela Comissão de Constituição do Congresso Nacional. A falta de diálogo entre governo e manifestantes resultou em flagrantes violações dos direitos humanos. Responsabilizando o governo pelas atrocidades, a Associação Interétnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep) indicou que vai denunciar a matança e pedir intervenção de parte da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sediada em Washington. Imagens compartilhadas por organizações indígenas dão mostras das inúmeras baixas indígenas, vitimas de um confronto desproporcional e que choca o mundo pela brutalidade, violência e desumanidade que encerra.

Gabriel Marques

 

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Brazilian_president_interior

“Não são os imigrantes, os pobres do mundo, os responsáveis pela crise. Os responsáveis pela crise são os mesmos que por muito tempo sabiam como ensinar a administrar os Estados. Sabiam como ter ingerência nos Estados pobres da América Latina e da África.”

É possível ver o vídeo de 23 minutos do Presidente no seguinte site:

http://www.un.org/webcast/unhrc/archive.asp?go=090615

É possíve ver o vídeo no português e também no inglês.

É necessário ter o Real Media Player instalado em casos que o visualisador de vídeos não possua o codec adequado.

Basta clicar em cima de “original language”, é o primeiro vídeo depois da abertura no Plenário.

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Para ver o relatório da Revisão Periódica Universal do Brasil de 2008 em inglês, clique aqui e depois clique nas letras respectivas ao idioma de preferência.

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O chefe do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Martin Ihoeghian Uhomoibhi, afirmou que o Brasil ainda tem desafios nesta área.

A declaração integra o relatório dele sobre a visita que fez ao país no fim de abril.

Execuções Sumárias

Martin Ihoeghian Uhomoibhi contou que se reuniu com o presidente Lula durante uma viagem a Manaus. Ele também esteve em Brasília, São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro.

Na capital brasileira, ele se reuniu com representantes da ONG Conectas que chamaram a atenção dele para o problema das execuções sumárias em favelas do país.

Ihoeghian Uhomoibhi relatou sua visita à Favela da Maré, no Rio de Janeiro, para conhecer os projetos da ONG Viva Rio.

Iniciativas do Governo

De acordo com o presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ao visitar o Brasil, ele teve a oportunidade de ouvir, falar e aprender sobre as iniciativas do governo e de organizações civis.

Ele também ouviu relatos de vítimas de violações dos direitos humanos e disse que o Brasil tem o que ele chamou de “desafios complexos” na área.

Numa entrevista exclusiva, durante sua visita a Nova York no fim do ano passado, o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, contou à Rádio ONU que o Brasil é transparente sobre os desafios que ainda enfrenta.

“O bom exemplo do Brasil é este de mostrar que nós não temos medo. Nós temos coragem de mostrar os nossos problemas. Toda discussão moderna internacional do próprio presidente Lula, do Ministério da Justiça, do Pronasci, Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania é o de que a violência não vai ser resolvida com operações policiais espetaculares”, afirmou.

Em sua apresentação ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, o presidente do órgão disse que o Brasil está conseguindo avanços na defesa dos direitos humanos, mas segundo ele, os progressos assim como os desafios, ainda devem permanecer no país.

Fonte: Rádio ONU

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Silas Grecco propõe educação em direitos humanos para a globalização solidária

Silas Grecco* é jovem com lucidez intelectual contemporânea. Dá para escutá-lo a questionar sobre a globalização, ONU e não só. Brasileiro e defensor de direitos humanos. Sonhador de um mundo justo. Tenciona em trabalhar como voluntário em um dos países africanos. Moçambique é um deles, basta-lhe a oportunidade. Em entrevista conduzida por Josué Bila, o blog bantulândia captou os seus argumentos, aqui, em São Paulo, Brasil.

 

Bantulândia – O professor norte-americano, Richard Falk, no seu livro Globalização Predatória (1999), propõe que a globalização possa ser transformada a fim de melhor servir os interesses dos povos do mundo. Como transformar esse pensamento em realidade, na defesa de direitos humanos dos povos do mundo?

Grecco – Não creio que seja possível transformar o carácter neocolonialista que existe na globalização tecnocrata. Transformar a globalização em prol dos Direitos Humanos daria origem a um novo fenômeno, talvez uma revolução ética muito improvável de acontecer, que com semelhanças do renascimento e do iluminismo, traria de volta valores humanos cívicos, retomaria a noção de Direito Natural tão repelida, faria a cidade menos heterônoma, diminuiria o sentimento de auto-suficiência dos cidadãos e traria a interdependência cooperacional, inclusive com a própria biosfera. Se para Rousseau a sociedade corrompe o homem, hoje eu substituiria sociedade por globalização.

Bantulândia -Uma observação, até menos atenta, indica que, no mundo actual, a compreensão e a implementação internacional dos direitos humanos é fraca para elevar as condições de vida dos excluidos, espalhados pelo mundo, particulamente no Terceiro Mundo.

-Que propostas avança para a materialização dos direitos humanos?

Grecco – De maneira simplista, porém fundamental, é a vontade política. Contudo, existem avanços incríveis promovido pelas Nações Unidas, como o Mecanismo de Revisão Periódia Universal (UPR) que dentre suas várias funções, visa identificar e monitorar as dificuldades e os fenômenos que afectam a concretização dos Direitos Humanos. A materialização dos Direitos Humanos, em termos de longo prazo, só será possível quando os países-membros da ONU se engajarem na melhoria da participação na diplomacia, na luta pela aplicação do Direito Internacional Humanitário, nos Tribunais Internacionais e etc. É agregar e religar o máximo possível o diálogo em torno dos direitos humanos, caso contrário iremos dar continuidade a uma cultura de administração assistencialista da pobreza e o usar o excluído como objeto de estudo acadêmico e fonte de relatórios internacionais.

Bantulândia – Quais são as grandíssimas diferenças entre o cidadão do hemisfério sul e do norte na compreensão dos direitos humanos?

Grecco – Seria papel de um sociólogo ou um antropólogo responder essa pergunta apuradamente, mas de forma subjetiva e genérica, o hemisfério norte tem um posicionamente muito autárquico, monopoliza a luta pelos direitos humanos, tornando-a cada vez mais acadêmica, fazendo do ativista uma pessoa “privilegiada” por lutar pelos direitos humanos, quando esse deveria ser o papel possível de todos nós. Essa idéia pode ser melhor compreendida com Bárbora Bukovská em seu artigo: “Perpetrating Good: Unintended Consequences of International Human Rights Advocacy”.

Ainda de forma genérica, o hemisfério sul, carentes de direitos, tem um posicionamento bem menos positivista, mas com muitas heranças militaristas e oligárquicas, no caso da América Latina, por exemplo, e das ditaduras em África, típicas situações que limitam cidadãos ávidos por justiça. Por outro lado, é possível ver um forte crescimento de organizações da sociedade civil tão fortes quanto as do hemisfério norte, prova disso é a Cooperação Sul-Sul criada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) com o objetivo de coordenar, negociar, aprovar, acompanhar e avaliar a cooperação para o desenvolvimento, em todas as áreas do conhecimento, usando as palavras da ABC.

Bantulândia – O filósofo Thomas Pogge afirma categoricamente que, “sem o apoio dos Estados Unidos da América e da União Europeia, a pobreza e a fome mundiais não serão certamente erradicadas enquanto formos vivos”. Qual é o seu posicionamento?

Grecco – Concordo com Pogge, inclusive é possível ver grandes sinais de como ele defende a cooperação da comunidade internacional em sua teoria de Dividendo dos Recursos Globais para a pobreza sistêmica. Se vermos pobreza e desigualdade como consequências da privatização e de todas as tendências capitalistas, historicamente os EUA e a UE são os principais réus para se responsabilizarem sobre esse tema. Mas é importante lembrar que não é válido lutar contra a pobreza somente com a concepção que desenvolvimento está intrínseco com a industrialização. Usar o pobre como mão-de-obra barata para grandes indústrias também não é desenvolvimento. Os EUA e a UE tem grandes poderes de Investimento Externo Direto (IED)de forma que seja possível respeitar os direitos humanos e as características locais, ou seja, nem todos os países precisam da Nike, pode-se fazer um IED incentivamento o crescimento de pequenas e médias empresas locais ao invés de exterminá-las.

Bantulândia – Na actualidade, que vantagens traz o Fórum Social Mundial, para o debate e inspiração de programas de inclusão social dentro dos países?

Grecco – Em 2009, o FSM teve 133 mil participantes de 142 países. Que outro Fórum mundial tem essa representatividade? Certamente, o FSM é uma ferramenta democrática, perto desses encontros aristocráticos internacionais, com excepção dos encontros diplomáticos oficiais, é claro. Portanto só o evento em si já trata da inclusão social.

FSM é o empoderamento dos recursos constitucionais na luta pelos direitos de forma autodeterminada que dá espaço para que diversos grupos e ONGs construam uma rede internacional e religada, aumentando o poder de pressão governamental e diminuindo a dissolução existente entre os defensores de direitos humanos e ambientais.

Bantulândia – Como é que os grupos excluídos e oprimidos pela “globalização predatória” podem estabelecer redes cosmopolitas para uma possível “globalização solidária”?

Grecco – Muito bom uso do termo “cosmopolita” e desse entendimento de cidadania mundial que elaboro minha resposta. Num único termo: Educação em Direitos Humanos em que está a origem das possibilidades dos excluídos acharem seu fluxo centrípeto de volta à humanidade e perceber que todos nós somos seres políticos. É a Educação em Direitos Humanos que educa o cidadão a discernir e se perguntar sobre suas próprias atitudes diante de si, do outro e da sociedade; educa-o a se relacionar além da tolerância, pois não somente suporta-se o outro, mas reconhece-se no outro; torna-o capaz de compreender sua função na cidade, ou seja, praticar a cidadania voluntária de acordo com as circunstâncias da cidade; educa-o a raciocinar que trabalhar pelo bem comum é, ao mesmo tempo, trabalhar o melhor bem para si, pois, quando não há respeito aos direitos humanos e às peculiaridades culturais, religiosas e sociais, o ser humano será constantemente espoliado e agredido, dando lugar à violência; por fim, educa-o para saber como se tornar um ser humano, disposto a lidar, respeitar e amar o que há de universal em todos nós, principalmente as diferenças, as culturas, as etnias, etc.

 

*Activista de Direitos Humanos desde os 16 anos. Voluntário da Associação da ONU no Brasil. Experiente com a causa dos Refugiados pela Cáritas/Agência das Nações Unidas para os Refugiados-ACNUR. Ganhador do Prêmio Direitos Humanos 2006 da Presidência da República. Representou Angola na Model United Nations Conference 2007.

Fonte:http://bantulandia.blogspot.com/2009/05/silas-grecco-propoe-educacao-em.html

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Por Silas Grecco

O Brasil assumiu uma identidade bastante clara para todos, uma identidade que utiliza do apoio popular (lê-se democracia) para a conquista ambiciosa e corrupta do poder.Segundo uma pesquisa realizada pela UNICEF[1], 37% dos jovens de 15 a 19 anos sentem vergonha dos políticos e da corrupção.As pessoas podem se dar o luxo de terem vergonha também, de cansar e desistir.Ou as pessoas podem, corajosamente, enfrentar essa situação, tentar entendê-la para terem capacidade de serem melhores cidadãos e fazerem sua parte.

Na tentativa de analisar e se haver com a longa situação brasileira, é decifrado alguns pontos.É possível declarar muito rapidamente que não vivemos numa democracia, pois não possuimos o poder e sim o favorecemos para um grupo de governantes pseudodemocratas.

A palavra gótica kuni significa “raça, família” e possui parentesco com a palavra latina gens que dá a palavras king (rei, em inglês)[2].Que é o homem bem nascido, e não é somente definido por uma boa família mas também em termos de aristocracia e nobreza. Essa é a imagem da realeza de sangue germânico que se entende de aristocracia.É nesse monopólio aristocrático que o governo brasileiro acha que faz parte, não por terem sangue real (que jamais tiveram) mas para concretizar a idéia de que “a cidade não foi criada com a finalidade defensiva ou social, mas porque é a residência do rei”[3] como diz Hocart.A forma fidalga que o governo é regido é para representar a si próprios – “os políticos” e se é para serem aristocratas terão que sê-lo verdadeiramente e plenamente, não como emergentes incultos.

Contudo, o  verdadeiro significado de aristocracia está no grego, aristoi (melhores) e kratos (poder).Idealizada por Aristóteles, aristocracia é um governo onde o poder esta nas maões dos melhores sem distinção de riqueza ou nascimento, e Platão define aristoi como aqueles que possuem prudentes disposições morais, afetivas, comportamentais e intelectuais.

Nessa aristocracia sim, pode-se dispensar todos os discursos demagógicos democráticos e se viver tranqüilamente, em quanto o Brasil é preenchido deliciosamente somente pelos melhores políticos, melhores servidores públicos, melhores atendentes de telemarketing, melhores músicos, melhores universidades, melhores hospitais, melhores moradias, melhores estudantes, melhores cidadãos…! Agora queremos ver o Brasil assumir essa aristocracia!

Mas, possuímos um presidente e centenas e centenas de políticos iletrados, que não se parecem nada com os melhores do ideal grego. Como diz a expressão criada por Guilherme de Malmesbury “rex illitteratus quasi asinus coronatus”, “um rei iletrado é apenas um asno coroado”[4].

Em termo brando, o brasileiro acha que nunca houve ninguém antes deles, não conseguimos aprender nem com os Gregos, Mesopotâmios, Egípcios, Chineses que seja…É esse ideal naciopolita que nunca vai permitir os brasileiros de serem os melhores, porque aparantemente o poder está detido nas mãos dos que se acham melhores e doutrinam o povo a serem eternamente simples como num arcaico sistema de castas que impede a evolução. Mas nessa falsa e hipócrita aristocracia, aposto que  não se ouve Beethoven.


[1] ADOLESCENTES E JOVENS DO BRASIL: Participação Social e Política.UNICEF/AyrtonSenna/ItaúSocial/2007.

[2] Cit. por LE GOFF, Jacques & SCHMITT, Jean-Claude.Dicionário Temático do Ocidente Medieval.

São Paulo: Edusc, 2002.p. 397

[3] Ibidem, p.405

[4] Ibidem, p.408

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Maria Luiza Ribeiro Viotti

Maria Luiza Ribeiro Viotti

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A reforma do Conselho de Segurança é uma das prioridades do Brasil, para o próximo ano, nas Nações Unidas.

A informação é da embaixadora brasileira na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti.

Resolução

Ribeiro Viotti disse à Rádio ONU, em Nova York, que o país manterá sua participação no G-4, o grupo formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão, além de ampliar suas consultas com outros fóruns.

“Participamos também de um grupo de países em desenvolvimento conhecido como o L-69, um grupo que apresentou uma resolução nas Nações Unidas na última sessão da Assembléia Geral, justamente para promover o estabelecimento de negociações sobre este tema. É um grupo de países em desenvolvimento. Participam dele também África do Sul e Índia.

De maneira que o Brasil junto com Índia e África do Sul e outros países em desenvolvimento também tem mantido consultas constantes a respeito deste assunto para fazer com que a reforma aconteça”, explicou.

Fevereiro

Na última sessão da Assembléia Geral, os países-membros da ONU decidiram que as negociações para a reforma do Conselho de Segurança devem começar até fevereiro de 2009.

O Conselho de Segurança é formado por 15 países incluindo cinco membros permanentes: Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha.

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Por Silas Grecco

Estão apenas aumentando os números de desastres, alguns apenas fenômenos naturais e outros causados pelo homem, em grande parte: incêndios florestais, terramotos, maremotos, furacões e sim, chuvas, enchentes e desmoronamentos.Tais desastres tem destruído vidas e economias há séculos e a população mundial está vulnerável. 

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A tragédia ambiental de Santa Catarina mostrou que o Brasil não é uma sociedade que se escapuliu da Terra e dos problemas que nela existem.Santa Catarina está servindo de uma infeliz lição para nos mostrar que Aquecimento Global existe, Mudanças Climáticas também, que cidades e megacidades sofrerão a pavimentação e o desmatamento de forma brutal. Santa Catarina serve para nos trazer de volta ao Planeta Terra, um lugar em que o termo “ajuda humanitária” só se imagina na África ou em países em conflito.Santa Catarina mostrou que os problemas que categorizamos “problemas dos outros” agora também são problemas nossos.Se falássemos antes em “deslocados internos” ou em “refugiados ambientais”, ninguém se importaria, mas hoje em Santa Catarina há 78.707  deslocados internos que precisam assistência humanitária, assim como precisam até hoje os moradores de Nova Orleans, Sul do México, Filipinas, Vietnã, Butão etc.

Os países do Mercosul se reuniram no último 28 de Novembro para discutir os novos termos de ajuda humanitária, Santa Catarina foi citada na discussão, assim como diversas tecnologias, entre elas informações, imagens por satélite, dados metereológicos de alerta antecipado e abastecimento de água.Dia 1 de dezembro abriu a Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática em Poznán, na Polônia, para debater a nova fase do Protocolo de Kyoto.Países precisam discutir financiamento, tecnologia e redução de emissões em desmatamentos e degradação florestal, disse Yvo de Boer, Secretário-Executivo da UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change).

Antes de Santa Catarina, muitos poderiam reclamar “o que eu tenho a ver com isso?”, mas hoje não se pode mais fazer essa reclamação.Ajuda Humanitária, clima e reconstrução será o que Santa Catarina vivenciará por um bom tempo e assim outros estados e cidades do Brasil e do Mundo que estão cada vez mais vulneráveis às questões climáticas

Projeto Reconstrução de Nova Orleans

Projeto Reconstrução de Nova Orleans

Outra grande lição será para o Welfare State deficiente do Brasil (Estado Assistencial ou estado-providência), já que na maioria das vezes o costume no Brasil é a prática do curto-prazo isolado ou o assistencialismo unido ao status de caridade.Santa Catarina mostrará necessidades que vão muito além de doações e caridade, que são importantes, mas que não suprem o fato de que o médio e longo-prazo serão fundamentais, como a administração da migração e êxodo,  novos estudos de solo, uma coalizão comunitária em parceria com a defesa civil para defender os interesses civis e culturais dos bairros e é claro uma correta reconstrução de casas equipadas, de preferência com tecnologia sustentável para futuros desastres como colheita pluvial que reutiliza a água da chuva para os banheiros, chuveiros que reduzem o uso de água potável além de árvores em todas as casas que absorvem uma grande quantidade de água da chuva e galhos secos que servem de adubo orgânico.Isso é possível e está sendo feito na reconstrução de Nova Orleans pela organização Make It Right.

Pensar em reconstruir Santa Cataria é pensar numa segunda chance, para concertarmos erros passados, a chance que nos dá a oportunidade sustentável de tudo o que for reconstruído ser positivo para a sociedade, para a economia e também para o meio ambiente.Recostruir Santa Catarina é se previnir de um novo contra-ataque da natureza, é fazer a coisa certa, a coisa decente, sem “jeitinhos”.

Uma reconstrução de comprometimento, colaboração, paixão e respeito ao meio ambiente trará mais chances de vencer futuros desafios.

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(continuação de “dois centros, uma ierdependência”)

Rio Pirajussara

Rio Pirajussara

Pratica-se hoje, mais do que nunca, a prática do isolamento e da separação, não se compreende mais o todo íntegro, complexo e funcional, como o mecanismo de um relógio que precisa de todas as grandes e pequenas partes. O Homem é um ser biológico que está incorporado na natureza e no meio ambiente, assim como todos os outros animais e seres vivos. A Teoria de Gaia de Lovelock afirma que a Terra é um superorganismo vivo e que nela todos os elementos, incluindo a composição físico-química dos solos e dos ares, as rochas, as plantas, as águas, os oceanos, a atmosfera, os microorganismos e os seres humanos, interexistem e coexistem. Como seres vivos deste planeta, dependemos completamente da biosfera terrestre.

A identidade biológica é uma identidade tanto do homem quanto da cidade, cuidar de casa, fazer com que ela dure, que ela seja bela e harmoniosa para que nós possamos continuar fazendo dela uma continuação de nossas atitudes e hábitos é uma tarefa que fazemos facilmente todos os dias, não há razão para acharmos que o planeta sobreviva sem nossa ajuda.É uma questão de justiça e restituição, pois a Terra e o Universo se organizam para fornecer vida a todos os seres vivos, atraves de suas propriedades naturais, que sem elas não somos capazes de viver.Chegou a hora de nos organizarmos para fornecer o restituir a vida para a Terra.

O Rio Pirajussara e seus córregos continuam rodando com água morta, depósito de lixo e de tudo o que o ser humano cria de destrutivo, para isso mudar a população de seu entorno deve recuperar a identidade de ecossistema, em que há um total interação entre a população e ao lugar em que vivem, que pertence ao geoespaço e a natureza.A ida para Capão Redondo é formada por uma vista de morros e montanhas completamente cinza, a presença do verde é praticamente nula.Será que a necessidade extrema capacita e justifica o ser humano a “pavimentar o paraíso”[1]?Não, pois o domínio da necessidade é rompido quando nos comprometemos a inscrever no espaço que vivemos nossos valores e nosso cuidado.

 Apenas assim podemos assumir a identidade terrena; somos seres do Mundo, sustentados pelo Mundo e pelos seres vivos que aqui habitam, nada pode modificar essa condição, nem mesmo a mais forte necessidade.

 


[1] N. do A. Letra de uma famosa canção de 1970 da cantora/compositora Joni Mitchell intitulada Big Yellow Taxi.

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