Para esse texto, gostaria de indicar para vocês o filme \”O Grande Debate\” , dirigido e protagonizado por Denzel Washington e conta com a participação do brilhante Forest Whitaker. Um filme memorável.Acredite no poder do DEBATE!
Por Silas Grecco
Não é mais questão de esperança, mas de espectativa, agora que Barack Obama já simboliza o futuro de uma nova era, porém de todas as espectativas de mudanças, uma que com certeza irá mudar essa era bélica que estávamos iniciando é a diplomacia que Obama parece muito preocupado em alcançar. Obama sabe que já basta a China se calar perante seus brutais atos contra os direitos humanos, leis ambientais e internacionais, ficar calado parece ser uma prática que foi embora junto com a era Bush. A espectativa de um papel mais representativo e responsável da parte dos EUA é algo visível na comunidade internacional, a mesma comunidade que outrora pressionou Clinton a agir perante a crise humanitária no Timor-Leste, cujo respondeu que se ele não intervinha na bagunça do apartamento de sua filha, talvez não precisaria intervir em crises humanitária alheias.
O cessar-fogo foi posto em prática em Gaza, a Guerra do Iraque acabou, anos antes houve conflitos entre Irã/Iraque, Índia/Paquistão, o apartheid…Se soubermos analisar humanamente todos estes conflitos veremos que não houve vencedores, seja na Alemanha de 1948 ou em Gaza hoje, as coisam tiveram seu fim devido a falta de coerência das atitudes; a guerra nada mais é do que ignorar a voz da razão ou simplesmente não querer ouví-la.
Muitos ainda apoiam guerras, para não precisarem ouvir as imoralidades de seus argumentos, muitos romanos e judeus se regozijaram com a crucificação de Cristo, muitos desejam o linchamento como forma de justiça e poder, como fazia William Lynch com seus escravos rebeldes na Virgínia, técnicas que iam de queimar pessoas ou partí-las ao meio, sempre com pessoas e familiares da vítima para assistir, sem esquecer do objetivo de deixá-las vivas o máximo possível.
Existe um arma que pôde ter sido enfraquecida, mas jamais perdida, uma arma tão poderosa que torna o cego a ver, o fraco perceber sua força e o forte perceber sua covardia e inutilidade, uma arma que faz o cínico crer na verdade na intimidade de sua consciência imunda. Uma arma que já venceu inimigos e genocidas e até mesmo o colonialismo. É o debate um mecanismo que força as pessoas a argumentarem por meio do critério da razão, do afeto, da lógica e do bom senso, debater algo imoralmente subjetivo é impossível, pois o debate impõe ao debatedor exigências de prudência e razão absoluta. Um debate é constituído sempre de posições contrárias, mas desenvolvido em ordem, podendo a dialética ser sua alma, mas a justiça deve ser sua finalidade.
Um debate realizado na defesa de um tema como o racismo, o fascismo, a pena de morte, a tortura ou a discriminação, por exemplo, são debates nocivos e insustentáveis, são temas que gerelmente só poderão ser defendidos através do abuso de poder e da guerra, pois são as maneiras mais covardes e arbitrárias que existem quando não se consegue justificar o errado e o injusto.
A guerra não se faz ouvir, não se faz entender, conquista algo pela força, apenas com vitórias efêmeras, mas o debate faz ouvir a voz da paz, do justo, do que é digno e honrável. O debate conquista seguidores, lutadores, mães, famílias, jovens, crianças, etnias, minorias e todo o tipo de pessoas que teriam suas forças anuladas numa guerra redescobrem sua importância. Redescobrir nossa potencialidade e força não é uma terefa fácil, é preciso exercício e auto-confiança, será necessário começar a debetar em casa o que Obama estará debatendo na Casa Branca, será necessário começar a debatermos em casa o que estará sendo debatido nas Nações Unidas, pois esse é o novo mundo que queremos e que Barack Obama representa com outros centenas de grandes heróis que sonham com um mundo que dialoga entre si. Se quisermos acabar com a cultura de guerra, se quisermos a seguraça das pessoas que amamos, ou se não queremos um dia ver tanques de guerra na Avenina Paulista, teremos que nos juntar ao compromisso de Obama: debater os problemas e resolucioná-los. Essa responsabilidade é de todos nós, teremos que assumir a responsabilidade do “apartamento bagunçado de nossas filhas” tanto quanto as crises humanitáras do mundo.